sábado, 31 de janeiro de 2015

Um dia no Preikestolen


Julho 2014

Uma das primeiras coisas que a gente aprende quando chega em Stavanger é olhar todos os dias a previsão da meteorologia. Comigo não foi diferente. Logo percebi que os sites sérios de meteorologia acertam 90% das vezes. E acreditem, aqui, podemos ter todas as estações do ano em um só dia.

Nunca me deixa na mão!

E foi esse mesmo que eu consultei pra escolher um fim de semana pra ir até o Prekestolen, o mais popular ponto turístico de Stavanger.  A palavra significa Púlpito do pregador  em função do seu formato.
Apesar de ser visitado por gente de todas as idades – e vale mesmo à pena -  a verdade é que se você não estiver em boa forma física, o passeio acaba virando um programa de índio,  demorado e estafante.  E certifique-se também que o dia estará bonito e claro, pra evitar surpresas depois do esforço de escalar quase quatro quilômetros de morros e pedras e alcançar 604 metros de altura. Já imaginou chegar lá em cima e o tempo virar ou estar totalmente encoberto?



Bem, o ponto de partida é no porto de Stavanger, onde pegamos  o ferry  (balsa) que nos levou até uma cidadezinha chamada Tau.  Ali no porto mesmo,  pode-se adquirir os tickets de ida e volta que já incluem o percurso do ferry e do ônibus que de Tau, nos leva até  o início da trilha para o Prekestolen.  O custo é de 250 Noks (coroas norueguesas)  por pessoa.  E a melhor época para subir e ter a vista do fiorde mais garantida é de Abril a Setembro.







Alguns conselhos importantes: coloque tudo que for levar dentro de uma mochila. Você vai precisar dos seus braços livres pra subir as montanhas e se apoiar. Não esqueça de levar a sua própria comida e bebida ou vai ter que presenciar todo mundo fazendo picnic no Prekestolen e ficar “chupando o dedo”. Juro, não tem vendedor ambulante lá em cima...sejam precavidos!  E nada de muita água também porque só tem banheiro no início da trilha e a subida pode levar até duas horas num ritmo normal.  E ainda...mesmo no Verão, quando o dia “pode” parecer quente,  nunca saia sem seu casaco. Ah, e tênis por favor! Ou sapatos de tracking. Fiquei boba de ver quanta gente desavisada sobe as montanhas de havaianas ou sapatilhas.

Bem,  achamos melhor sair bem cedo porque não sabíamos quanto tempo podia levar entre ir, descansar e voltar. Os ferries saem com bastante frequência porque também transportam os carros que precisam atravessar para Tau. A Noruega é cheia de ferries. Se você viajar de carro, não vai escapar. Dentro dos ferries  existe um restaurante no caso de você preferir  já sair “forrado” antes da escalada.

Em menos de uma hora estávamos em Tau. O caminho percorrido pelo ferry é belíssimo e o dia estava  azul, destacando ainda mais a paisagem única que a Noruega nos proporciona. 




Dali pegamos o ônibus que nos levou até um platô da montanha onde iniciamos a trilha, já com um ganho de 270 metros de altitude. Parada também pra tomar coragem e tirar fotos.




Encontramos de tudo pelo caminho: famílias com bebês em mochilas e crianças de todas as idades (com pais corajosos rsrsrs),  casais de idade, um grupo de velhinhas com sticks pra ajudar na subida e claro, adolescentes frenéticos que passavam correndo por nós em plena subida. Ai que raiva dessa energia toda! kkkkkkkkkkk






Ali, subindo os quase 4 quilômetros, percebi que a Noruega é toda feita de pedra. Por isso vemos muros de pedras, ruas de pedras, estruturas de casas com pedras. Acho que não sabem o que fazer com tantas pedras! Apesar de altos e baixos nessa escalada, há momentos onde a subida se torna bem íngreme e mais complicada. E como é a primeira vez, a gente sempre acha que tá chegando...até avistar a próxima montanha.





Passamos por famílias cujas crianças já estavam se recusando a dar mais um passo. Aja paciência pra convencer os pequeninos, aja negociação! Rsrsrs

Mas eu também tive que negociar com meu marido e mentir algumas vezes...”Vamos que já tá chegando”, eu dizia. E nada...



Tadinho, arrasado!



Quando começamos a alcançar o topo das montanhas e avistar a beleza exuberante do fiorde,  sentimos que vale qualquer sacrifício.










Eu me senti no topo do mundo, conseguimos!!! 




O púlpito é lindo, diferente de todas as paisagens que já vi.  A vista que se descortina à nossa frente é perfeita de todos os ângulos e o colorido da paisagem no infinito chega a deixar a gente tonta!



Era perto do meio dia e o sol estava à pino. Exaustos, deixamo-nos desmaiar por alguns minutos, comemos o nosso farnel e nos preparamos para a sessão de fotos. Porque cenário como esse, não se vê toda hora!








Aí a gente pensa que a pra baixo todos os santos ajudam,  certo? ERRADO. Na verdade, apesar da descida ser mais rápida, as pernas doem muito e o esforço do joelho é enorme (eu sei, tô ficando velha mesmo). Mas sério, sem contar que a gente tem que ficar muito atento pra não torcer o pé ou não enfiá-lo num buraco. É PUNK! Mas repito, o visual compensa!




Chegamos em casa exaustos e no dia seguinte... o corpo todo doía.  Mas a causa foi justíssima e o Prekestolen é um dos lugares mais lindos que já vi na vida!


 Lá de cima me senti pequenininha diante do gigantismo da “obra”. Acho que ali, definitivamente a gente está mais perto de Deus!



Um comentário:

  1. WOW, e mesmo! Que belas vistas la do topo, mas tem que se estar em forma para subir aquilo tudo!

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