terça-feira, 24 de março de 2015

Oslo, uma breve visita a capital.


Finalmente chegou o dia de conhecer a cidade mais cara do mundo, já que precisaríamos ir ao Consulado do Brasil buscar um passaporte novo. 

Competindo com as globais Copenhague, Paris e Tóquio, Oslo é a Capital e a maior cidade da Noruega, além de ser o centro cultural, científico, econômico e governamental do País.Dos mais de 1.500.000 habitantes,  25%  são imigrantes, assim como eu...só que sou de Stavanger!

Chegamos a Oslo de trem, às 7h30min de uma manhã gelada e nos deparamos com uma estação grande e moderna.  Tomamos café no Starbucks da própria estação e nos hospedamos a poucos metros dali, num hotel barato para os padrões noruegueses, mas muito confortável e central,  o Comfort Hotel Express. 





Deixamos nossas malas no locker do hotel – o check-in era bem mais tarde – e fomos fazer hora na rua mais badalada de Oslo a Karl Johans gate, enquanto aguardávamos o Consulado abrir.


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A Karl Johans gate é a principal rua do Centro e uma parte dela é um grande calçadão que abriga boutiques, hotéis, e restaurantes charmosos. Me disseram que fica linda no Verão, toda florida! 

Fomos caminhando ao longo dessa rua. Paramos para visitar a catedral Oslo Dom Kirken, que data de 1697, e continuamos pela rua, passando pelo Storlinget, o Parlamento norueguês e pelo National Theater










Tiramos fotos numa estátuas na praça principal e ao final da rua, imponente, já destacava-se o Kongehuset,  o Palácio Real, residência oficial do rei e da rainha da Noruega. E que frio estava fazendo!





Perto das 10 horas, fizemos o caminho de volta e pegamos o ônibus para o Consulado, onde levamos em torno de uma hora para resolver pegar o passaporte e assinar os papéis. Dali, decidimos ir caminhando até o Viking Ship Museum, passando pela península de Bygdoy, repleta de parques, praias e florestas. É área cultural mais antiga da Noruega e onde estão cinco dos principais museus de Oslo. Foto da península no Verão, retirada da Internet...




Não foi nada fácil atravessar o parque congelado, debaixo de uma fina chuva e tentando evitar escorregar na neve ou encharcar nossas botas nas poças d’água que se formavam em toda a extensão do caminho por onde o GPS nos levava.



Enfim alcançamos o Vikingskipshuset ou Viking Ship Museum (Huk Aveny, 35), onde se encontram os mais famosos navios vikings encontrados nas regiões próximas a Oslo. Pagamos os 80 Noks/cada pelo ingresso e entramos. 



Já na primeira sala vimos um barco viking enorme, muito bem recuperado e que foi usado para o funeral de uma mulher de posição importante na região.  Quando eu digo enorme é porque ele está dentro de um espaço fechado, entre quatro paredes. Mas quando a gente pensa, que barcos desse tamanho eram também usados pra cruzar os mares e conquistar territórios, eles nos parecem mínimos, se comparados aos navios europeus.








O museu não é grande, mas é muito bacana. Além das embarcações, que são de fato a principal atração, eles também exibem artefatos, adereços e peças do vestuário viking.  Vale à pena pela qualidade da história e pra matar a curiosidade sobre esse povo tão guerreiro.


Já cansados pelo dia estafante, voltamos pro hotel, mas não sem antes darmos uma rápida passada debaixo de chuva,  no Oslo Opera House, o Centro de Artes Cênicas mais importante da Noruega.  Esse prédio contemporâneo, idealizado pelo arquiteto Tarald Lundevall, foi inaugurado em 2008 e tem capacidade para quase duas mil pessoas.  Além da localização espetacular da Opera, a arquitetura é fantástica e um bom exemplo do tom de  modernidade da capital viking.





À noite, jantamos com um casal de amigos e sua filhinha, que é um show à parte!

O dia seguinte era livre, só pra passear e como a chuva tinha dado uma trégua, aproveitamos pra conhecer o Vigeland Park, que fica dentro do Frognerparkens. É o maior parque de esculturas feito por um único artista – Gustav Vigeland. 

E que artista!!! São mais de 200 esculturas incríveis em bronze, granito e ferro, retratando o CICLO DA VIDA.



O parque levou 10 anos para ser construído (1939-1949) e Gustav Vigeland também foi responsável por sua arquitetura e design.A maior parte das esculturas está disposta em cinco espaços ao longo de 850 metros: o portão principal, a ponte com o playground das crianças, a fonte, o platô do monólito e por fim a roda da vida.





















O parque é apaixonante desde o momento que atravessamos o portão. Existe uma energia inexplicável, que nos prende como imãs ao lugar. Minha vontade era passar o dia inteiro ali dentro e dali mesmo ir embora, com a impressão que Oslo era isso, pura arte e sensibilidade! 





Mas a verdade é que o frio estava insuportável, o chão estava congelado, assim como meus pés e mãos. Tive que tomar um chocolate quente no Café do parque para me aquecer.

Esse parque na Primavera é de enlouquecer! Pincei umas fotos na Internet que comprovam o que todo mundo diz...






Dali, pegamos o ônibus e descemos na Akerhus Festning, em frente a Akersness Fortress, a fortaleza também chamada de Castelo Medieval, que foi estrategicamente erguida sobre o Oslofjord para defender a cidade dos invasores. 



Acredita-se sem muita certeza, que essa fortaleza, também usada como prisão, teve sua construção iniciada por volta de 1290, pelo rei Haakon V. Dali de cima, como já era de se esperar, a vista é belíssima!








Sem chuva e apenas com frio, dá pra encarar um passeio pela orla e desse ponto, seguimos explorando a área. 




 Passamos pelo  City Hall, um imponente prédio no coração da cidade  e mais adiante pelo Nobel Peace Centre, onde está um museu que conta o que representa esse prêmio de importância mundial – O Nobel da PAZ - e mostra,  numa exposição, seus ganhadores ao longo dos anos. O Centro também sedia reuniões para debater e refletir sobre a guerra,  a paz e as melhores soluções para os conflitos mundiais.


Acima e abaixo, o City Hall


Abaixo, o Nobel Peace Centre



O Nobel da Paz é um dos cinco Prêmios Nobel, legado pelo inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel. Os prêmios de Física,Química, Fisiologia ou Medicina e Literatura são entregues anualmente em Estocolmo, sendo o Nobel da Paz entregue em Oslo. O Comitê Nobel norueguês, cujos membros são nomeados pelo Parlamento norueguês, tem a função de escolher o vencedor do prêmio.

Continuando pela orla, nos deparamos com um dos lugares mais IN de Oslo. Estou falando da moderna região de Aker Brygge, conhecida como a “alma” da cidade, não só pelo seu charme mas também pela arquitetura que transborda modernidade em todos os prédios, restaurantes e bares que fervem à noite e que fazem o maior contraste com a parte mais antiga da cidade. As minhas fotos não fazem jus ao bairro.











O bairro tem esse nome devido a uma pequena ponte, construída nas proximidades de um estaleiro que pertencia a  Aker Mekaniske Verksted AS, e que foi fechado em 1982.
Fizemos uma merecida pausa em um Café bem aquecido e confortável – quiche, salada verde e suco de berries, um “manjar dos Deuses” para os famintos exploradores.



Um dia ainda volto lá, mas no Verão, pra ver o sol iluminando e colorindo esse lugar!

OK, mas ainda tinha o caminho de volta e eu, apenas eu (meu marido já tinha desistido de caminhar e tinha voltado pro hotel), à pé, fui procurar o Giant Pointing Finger, um monumento que fica em Christiania, a parte velha da cidade.



Esse dedo indicador gigante representa o local ( o dedo está apontando o ponto), onde o rei dinamarquês/norueguês Christian IV decidiu reconstruir a cidade depois do dramático e histórico incêndio de 1624. A essa “nova” cidade (e que hoje é a parte considerada velha), foi dado o nome de Christiania, em homenagem ao rei.



Nesse dia não fizemos mais nada, exceto repetir o encontro com nossos amigos no Peppes Pizza, bem pertinho do hotel porque a gente não aguentava andar mais que um quarteirão! Rsrsrsrsrsrsrss  O importante era a gente se encontrar de novo, afinal, Deus sabe quando nos veremos de outra vez!



No dia seguinte, que pra variar estava nublado e super frio, já refeitos do cansaço, decidimos passar a nossa manhã no Norsk Folkemuseum, que é o maior museu de história cultural da Noruega. É um museu ao ar livre, muito curioso e totalmente diferente porque mostra através das construções/arquitetura, como as pessoas viviam no país desde 1500 até hoje.

Mais uma vez pegamos o ônibus até Bygdoy  e chegamos uma hora adiantados porque o museu só abriria totalmente (casas por dentro e por fora),  às 11 horas. Mesmo assim, pudemos ir olhando todas as 160 construções externamente, cada uma representando uma região distinta da Noruega, várias épocas, áreas urbana e rural e ainda a diferença entre as classes sociais. ‘

















Depois de fechar esse tour arquitetônico, que dura de 1 a 2 horas pelo menos - dependendo do seu interesse - , ainda gastamos um bom tempo no Museu Sami, também dentro das instalações do Norsk Folkemuseum.  Essa exposição é particularmente curiosa porque aprendi sobre o que seriam os “índios escandinavos”.








Abaixo, texto retirado do Wikipedia sobre os Sami ou Lapões:
Os lapões (também conhecidos como sami ou saami; em lapão: Sámi; em finlandês: Saame) formam o grupo étnico nativo daLapónia (Lapônia, no Brasil), abrangendo as regiões setentrionais da Noruega, Suécia, Finlândia e da península de Kola, naRússia. É um dos maiores grupos indígenas da Europa, totalizando cerca de 70 000 pessoas, das quais 17 000 vivem na Suécia, 35 000 na Noruega, 5 700 na Finlândia e 2 000 na Rússia.1
Os lapões falam um grupo de dez línguas distintas denominadas genericamente de sami ou lapão, pertencentes à família daslínguas fino-úgricas (do grupo linguístico raro no qual se encontram o finlandês e o húngaro). Destas, seis possuem sua própria norma escrita.2 As línguas sami têm um alto grau de parentesco, mas não são mutuamente inteligíveis; por exemplo, falantes do sami do sul não são capazes de compreender o sami do norte. Inicialmente referia-se a estas distintas línguas como "dialetos", mas hoje considera-se esta terminologia incorreta, devido às grandes diferenças entre as variedades. A maior parte destas línguas é falada em mais de um país, devido ao fato de as fronteiras linguísticas não corresponderem às fronteiras nacionais.
As atividades tradicionais dos sami são a caça, pesca, agricultura e criação de renas, mesmo que uma minoria atualmente faça isso para viver e também já não tenha mais uma vida nómada.”

O mais legal foi assistir a um vídeo que mostra que os descendentes até hoje vão para as poucas universidades norueguesas que ainda ensinam o dialeto e sua cultura. Achei uma forma muito bacana de não deixar a tradição morrer.  E o povo é muito simpático!



A experiência nesse museu a céu aberto é sem dúvida imperdível, mas repense se tiver que visitá-lo no Inverno, com neve, vento e chuva...  Frozen perde!

Pois é, nosso passeio já estava terminando.  Sempre alguma coisa que estava nos planos tem que ficar de fora. Eu havia planejado visitar também o Holmenkollen Ski Museum & Tower e dar uma passada no descolado Icebar, mas vai ficar pra próxima... 

Tínhamos que pegar o trem às 14h30min. , o que seria uma forma de fazermos parte da viagem durante o dia e aproveitarmos o cenário.

Voltamos ao Centro, almoçamos num fast food mesmo e embarcamos no “trem parador”, num percurso de 8 longas horas de viagem, parte durante o dia e parte à noite. Era uma maneira de aproveitarmos a paisagem enquanto íamos cruzando o país, já que na vinda, viemos dormindo.

Fala-se muito do custo de vida, do mau tempo e do frio na Noruega. E essa é uma realidade. Mas também não resta dúvida que a Noruega é um dos países mais lindos do mundo e que “chova ou faça sol”, vale ser visitado e apreciado sobre todos os aspectos.  E nada de achar que o povo é frio e fechado. Se você for de coração aberto e um sorriso no rosto, vai descobrir como eles são solícitos e alegres (principalmente no Verão rsrsrsr)!




Dica útil: Por recomendação de uma amiga, compramos o Rutter Billet  no Narvesen (uma franquia de Cafés) da própria estação. É uma super dica de transporte porque as passagens individuais nos ônibus custam uma fortuna. Compramos o bilhete de 24 horas que custa 90 Noks/cada e rodamos à vontade nos ônibus e trens pela cidade.