Julho 2014
Uma das primeiras
coisas que a gente aprende quando chega em Stavanger é olhar todos os dias a
previsão da meteorologia. Comigo não foi diferente. Logo percebi que os sites
sérios de meteorologia acertam 90% das vezes. E acreditem, aqui, podemos ter
todas as estações do ano em um só dia.
Gosto muito
desse site: http://www.yr.no/place/Norway/Rogaland/Stavanger/Stavanger/
Nunca me
deixa na mão!
E foi esse
mesmo que eu consultei pra escolher um fim de semana pra ir até o Prekestolen,
o mais popular ponto turístico de Stavanger. A palavra significa Púlpito do pregador em função do seu formato.
Apesar de
ser visitado por gente de todas as idades – e vale mesmo à pena - a verdade é que se você não estiver em boa
forma física, o passeio acaba virando um programa de índio, demorado e estafante. E certifique-se também que o dia estará
bonito e claro, pra evitar surpresas depois do esforço de escalar quase quatro quilômetros
de morros e pedras e alcançar 604 metros
de altura. Já imaginou chegar lá em cima e o tempo virar ou estar totalmente encoberto?
Bem, o
ponto de partida é no porto de Stavanger, onde pegamos o ferry
(balsa) que nos levou até uma cidadezinha
chamada Tau. Ali no porto mesmo, pode-se adquirir os tickets de ida e volta que
já incluem o percurso do ferry e do
ônibus que de Tau, nos leva até o início
da trilha para o Prekestolen. O custo é
de 250 Noks (coroas norueguesas) por
pessoa. E a melhor época para subir e
ter a vista do fiorde mais garantida é de Abril a Setembro.
Alguns conselhos
importantes: coloque tudo que for levar dentro de uma mochila. Você vai precisar
dos seus braços livres pra subir as montanhas e se apoiar. Não esqueça de levar a sua própria
comida e bebida ou vai ter que presenciar todo mundo fazendo picnic no
Prekestolen e ficar “chupando o dedo”. Juro, não tem vendedor ambulante lá em
cima...sejam precavidos! E nada de muita
água também porque só tem banheiro no início da trilha e a subida pode levar
até duas horas num ritmo normal. E
ainda...mesmo no Verão, quando o dia “pode” parecer quente, nunca saia sem seu casaco. Ah, e tênis por
favor! Ou sapatos de tracking. Fiquei boba de ver quanta gente desavisada sobe
as montanhas de havaianas ou sapatilhas.
Bem, achamos melhor sair bem cedo porque não
sabíamos quanto tempo podia levar entre ir, descansar e voltar. Os ferries saem com bastante frequência
porque também transportam os carros que precisam atravessar para Tau. A Noruega
é cheia de ferries. Se você viajar de
carro, não vai escapar. Dentro dos ferries existe um restaurante no caso de você
preferir já sair “forrado” antes da
escalada.
Em menos de
uma hora estávamos em Tau. O caminho percorrido pelo ferry é belíssimo e o dia estava
azul, destacando ainda mais a paisagem única que a Noruega nos
proporciona.
Dali pegamos o ônibus que nos levou até um platô da montanha onde
iniciamos a trilha, já com um ganho de 270 metros de altitude. Parada também pra tomar coragem e tirar fotos.
Encontramos de
tudo pelo caminho: famílias com bebês em mochilas e crianças de todas as idades
(com pais corajosos rsrsrs), casais de
idade, um grupo de velhinhas com sticks
pra ajudar na subida e claro, adolescentes frenéticos que passavam correndo por
nós em plena subida. Ai que raiva dessa energia toda! kkkkkkkkkkk
Ali,
subindo os quase 4 quilômetros, percebi que a Noruega é toda feita de pedra.
Por isso vemos muros de pedras, ruas de pedras, estruturas de casas com pedras.
Acho que não sabem o que fazer com tantas pedras! Apesar de altos e baixos
nessa escalada, há momentos onde a subida se torna bem íngreme e mais
complicada. E como é a primeira vez, a gente sempre acha que tá chegando...até
avistar a próxima montanha.
Passamos
por famílias cujas crianças já estavam se recusando a dar mais um passo. Aja
paciência pra convencer os pequeninos, aja negociação! Rsrsrs
Mas eu
também tive que negociar com meu marido e mentir algumas vezes...”Vamos que já
tá chegando”, eu dizia. E nada...
Tadinho, arrasado!
Quando
começamos a alcançar o topo das montanhas e avistar a beleza exuberante do
fiorde, sentimos que vale qualquer sacrifício.
Eu me senti
no topo do mundo, conseguimos!!!
O púlpito é lindo, diferente de todas as
paisagens que já vi. A vista que se
descortina à nossa frente é perfeita de todos os ângulos e o colorido da
paisagem no infinito chega a deixar a gente tonta!
Era perto
do meio dia e o sol estava à pino. Exaustos, deixamo-nos desmaiar por alguns
minutos, comemos o nosso farnel e nos preparamos para a sessão de fotos. Porque
cenário como esse, não se vê toda hora!
Aí a gente
pensa que a pra baixo todos os santos ajudam,
certo? ERRADO. Na verdade, apesar da descida ser mais rápida, as pernas
doem muito e o esforço do joelho é enorme (eu sei, tô ficando velha mesmo). Mas
sério, sem contar que a gente tem que ficar muito atento pra não torcer o pé ou
não enfiá-lo num buraco. É PUNK! Mas repito, o visual compensa!
Chegamos em
casa exaustos e no dia seguinte... o corpo todo doía. Mas a causa foi justíssima e o Prekestolen é
um dos lugares mais lindos que já vi na vida!
Lá de cima me senti pequenininha diante do
gigantismo da “obra”. Acho que ali, definitivamente a gente está mais perto de
Deus!